Momentos de gemidos surdos. A tua mão no espaço onde tudo se ergue, a minha no segredo que para mim guardas. E todos os gemidos por debaixo dos corpos. Nem sequer há palavras. Apenas os teus olhos e os meus, abraçados, numa dança que nem sei se é animal se é humana. E depois ouve-se a música de tudo ali, a batida de nada haver para além de mim e de ti a brincarmos aos corpos. Gritar o gemido para saber que o céu existe. E saborear a morte que a vida tem para nos dar. Se Deus existir tem inveja de nós.
Pedro Chagas Freitas in "O diário de Chagas".
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